O post de hoje é um pouco diferente, contarei para vocês como a evolução do meu surf me ajudou a descobrir uma forte intolerância a glúten que estava me definhando. Sim, o surf salva.
Eu comecei a surfar porque queria fazer algo que gostasse, algo que fizesse eu me sentir viva. Foi quando eu descobri o surf.
Um dia se vocês se interessarem eu conto melhor sobre essa motivação, mas focando no assunto deste post, por mais que você se divirta no esporte, uma hora ou outra existe uma cobrança sobre a sua performance, seja de outras pessoas, seja de você mesmo.
Isso aconteceu em vários momentos da minha evolução e quase sempre a cobrança era minha.
O Surf e a Cobrança
Quem surfa sabe que essa evolução não é linear e só de progressos. Tem dias que você está surfando bem e tem dias que você se sente um lixo sendo cupido do mar.
Eu estava vindo de uma evolução boa, tinha acabado de voltar de uma trip internacional e o surf estava no pé, mas depois de eu pegar covid, as coisas começaram a mudar.
Eu via que estava mais medrosa que o normal, medos diferentes dos que eu já tinha superado, ainda assim, estranhos na etapa do surf que eu estava.
Percebia que minha performance, apesar de já não ser espetacular, estava pior.
Minha autoconfiança sumiu e percebia que meu rendimento estava completamente comprometido, só não sabia o porquê.
Exigente que sou, não ia sossegar.
Mesmo que eu descobrisse que era a idade ou que alí era o meu limite de evolução, eu ia tentar até o fim.
Analisava cada queda, via meus vídeos, reparava quando estava pior ou melhor e o que poderia ter influenciado nisso.
Comecei a ir mais a fundo no porquê da minha insegurança no mar ter aumentado e foi aí que comecei a chegar em algum lugar.
O buraco era mais embaixo
Isso porque eu estava em uma época na qual eu passava mal semana sim, semana não, além de uma dor crônica no corpo (joelhos e costas principalmente).
Esse passar mal me fazia perder os poucos dias de surf que eu tinha e eu estava bem pistola haha.
Vi que não estava sentindo confiança no meu corpo e isso estava afetando a minha mente, mas para resolver eu não conseguiria sozinha, uma vez que eu já treinava e já tinha o foco 100% no surf.
Eu já buscava ajuda profissional dos médicos por conta desse estado de saúde que não estava bom, mas ninguém descobria o que era.
Foi quando eu passei a não me cobrar tanto mais no esporte porque não ia ajudar e mesmo que não fosse para ter uma grande performance eu amava tentar pegar ondas e estar no oceano.
Tinha dias que pareciam meu primeiro dia de surf e eu já surfava há anos haha.
Mesmo recebendo de feedback dos médicos que estava tudo bem com meus exames, eu sabia que não estava, porque o surf estava me mostrando isso.
Eu via em cada queda que não, eu não estava normal.
Teve gente que me disse que era psicológico e que uma hora ia passar, mas eu cabeça dura (graças a Deus), não comprei a ideia.
Mas sim, o surf salva e eu te explico como aconteceu comigo.
Descobrindo a intolerância à glúten
Foi quando uma médica, nada a ver com nutrição, me deu essa possiblidade, de eu estar com intolerância alimentar e sugeriu que poderia ser o glúten.
Na hora, eu parei de comer coisas com glúten para fazer o teste e em 2 semanas eu comecei a melhorar e reduzir alguns sintomas.
Em poucos meses, as dores crônicas no corpo pararam e eu estava me sentindo bem mais disposta.
Eu voltei a ter mais confiança e a sentir o surf no pé, como eu me conhecia, preguinha mas uma preguinha feliz e realizada com o meu desempenho.
Hoje, anos depois de ter descoberto isso, eu tenho certeza de que foi o surf que me fez por uma lupa nesse problema e a insistir em descobrí-lo quando até os médicos falavam que estava tudo bem.
Por meio do surf, mesmo sem conhecimento técnico nenhum, mas com o autoconhecimento, consegui desvendar esse mistério, procurando as pessoas certas (e dando sorte de achar) para me ajudar, além de não desistir.
O surf salva
A cada dia o surf se torna mais importante na minha vida, mas essa história é a que mais ilustra o como ele realmente é muito mais do que um esporte.
Eu poderia ter desistido, pensado que não era para mim, sendo que o problema nem era o surf em sí.
Mas a paixão pelo esporte falou muito mais alto e no final ele foi uma importante ferramenta de autoconhecimento para ajudar a descobrir esse problema.
Se eu não amasse tanto o surf, certamente teria largado e ainda teria acreditado que esse era o meu novo eu: com dores, corpo fraco, sem autoconfiança e velha mentalmente.
Mas as ondas me chamavam e eu não poderia simplesmente deixar de viver tudo o que tenho vivido no mar.
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E você tem alguma história com o surf no qual ele te salvou? Conta para a gente nos comentários.
Aloha!