Com poucos meses de surf já tive uma experiência nada agradável e posso dizer que quase me afoguei surfando.
Surf é um esporte radical e de risco, mas falta de noção mata mais e vamos falar disso aqui.
Primeira Surftrip
Foi justamente na minha primeira surftrip, eu estava super empolgada e ansiosa.
Tinha 8 meses de surf e acabado de comprar a minha prancha, nunca tinha caído com ela (primeiro erro).
Foram dois dias em Ubatuba, passamos pelas praias do centro ao norte da capital do surf.
Eu estava de férias e minha amiga tinha horários flexíveis, por isso conseguimos ir na semana.
Inexperiência e Falta de Noção
Sim, sou bem sem noção e kamikaze, me orgulho disso às vezes mas não deveria rs.
Mas o fator “inexperiência” multiplicou o problema e complicou a experiência.
Eu não sabia o que considerar ao entrar em mares desconhecidos (segundo erro) e apenas segui os passos da amiga mais experiente (terceiro erro).
Essa amiga era muito gente boa mas não era professora rs, estava vivenciando a sua experiência também.
Respeitar o Mar e os seus limites
Sá um parênteses para lembra que isso não acontece só com os inexperientes.
Essa semana mesmo fiquei sabendo que um bodyboarder do Guarujá se afogou.
Ele era novo, mas já surfava há algum tempo e inclusive era instrutor de surf.
Infelizmente entrou em um mar totalmente insurfável, foi arrastado pelas ondas e não resistiu (veja aqui a matéria do G1).
O Caldo que Quase me Afogou
Logo na primeira queda da surftrip o caldo aconteceu, eu entrei atrás dela em direção ao outside como se não houvesse amanhã.
Eu nunca tinha subido nessa prancha (uma mini-tank ) e ela era muito menor do que os longs que eu surfava.
Eu não tinha preparo físico e nem respiratório (quarto e quinto erro) para encarar um mar mais forte.
Isso por que as ondas não estavam grandes mas a correnteza estava puxando.
No meio do caminho uma onda quebrou na minha cabeça e eu mal vi seus movimentos kkk.
Só ouvi o barulho dela quebrando e quando me dei conta já estava debaixo d’água desnorteada.
A onda me jogou para o fundo e eu não conseguia saber para qual lado era a superfície.
Me debati tentando sair da turbulência (quinto erro) e me desesperei (sexto erro).
Por conta do desespero respirei de baixo d’água (sétimo erro) sem querer e continuava presa debaixo d’água.
Respirei de novo involuntariamente, mas nessa hora me veio na cabeça: se eu respirar de novo, vou me afogar.
Foi aí que por um milagre consegui pensar e usei o leash como guia para conseguir sair do fundo.
Assim que meu nariz e minha boca saíram da água dei aquela respirada com desespero e logo veio outra onda na cabeça.
Como eu já estava mais perto da superfície, dessa vez foi mais fácil achar a saída, me joguei em cima da prancha e voltei deitada.
Perigo
Minha amiga nem viu o que aconteceu, ela já estava no outside pegando onda.
Quando eu cheguei na areia precisei de alguns minutos para me recompor e óbvio que não quis mais tentar passar a arrebentação.
Como era um dia de semana a praia estava vazia, nem salva-vidas tinha (trigéssimo erro).
Aprendizado
Aprendi a respeitar o mar da pior forma possível e depois dessa experiência fiquei por muito tempo com medo de ir ou ficar no outside.
Nas outras vezes que entramos no mar eu fiquei no inside só tentando subir na prancha e então percebi que nem isso conseguia fazer.
A prancha mini-tank é muito menor que um long e se você não tem a técnica da subida muito bem reforçada, fica muito mais difícil.
Mas experiências como essas nos mostram o quanto temos para evoluir, no meu caso serviu para entender como eu era muito haole rs.
Ao mesmo tempo me mostrou o quanto sou determinada, pois, isso não me fez desistir de surfar apesar do medo.
Hoje lembro dessa experiência como algo necessário para o meu aprendizado, poderia ter sido pior.
Isso me fez ter paciência com o processo da evolução e entender que tudo tem seu tempo.
E você, já teve alguma experiência parecida ou algum caldo sinistro?
Outros Posts
Curso de Apneia Vale a Pena?
Se Alimentar Bem faz Diferença no Surf;
Qual o Melhor Treino para Surf?
Experiencia bem chata essa sua. Mas, como você comentou, valeu pelo aprendizado….afinal todos os erros por vc enumerados, não devem ser repetidos neh.
Já passei por várias situações (felizmente, faz tempo que não passo por uma dessas…) de achar que o ar iria acabar antes de conseguir colocar a boca/nariz pra fora pra respirar.
A ultima vez foi entre a ilha e o maluf na pitangueiras/Guarujá… mar com 1.5m e series maiores.
Veio uma direita linda, mas já bem em pé….assim mesmo tentei. Virei o long 9’6″ e, praticamente, sem remar tentei o drop. Bem atrasado, não deu outra….. wipe out!!! O lip me arremessou e caí lá no reto da base da onda meio de lado. Bati minha costela na água, doeu muito!!!! Depois que a onda passou, mesmo com nariz e boca pra fora dágua e não conseguia respirar. Me apoiei na prancha no meio da arrebentação até a respiração normalizar.
Acho que em uns 10/15 minutos as coisas normalizaram. Respiração ok, costela ainda doendo mas suportável. Já conseguindo remar, entrei novamente pelo canal e aproveitei mais um pouco, afinal tava bom pacas!!!
Como tava de longjohn, não deu pra perceber nada de errado. Em casa, já sem o longjohn deu pra ver que ficou tipo saltado do lado esquerdo. A Glaucia sempre mexe comigo por causa dessa costela saltada. Me lembra de te mostrar ….
Mas por prevenção, acho importante o seguinte conselho pra vc, já que vc já tem um pouco mais tempo de surf agora…. ficar esperta com o leash e o cordãozinho do copinho pra não ficar sem a prancha em situação de praia com arrebentação longa (como aquele da pista de skate em bertioga, não tava grande porém tava quebrando longe). Tem alguns leashes que o distorcedor é muito fraquinho e pode não aguentar o tranco. Fica a dica.
Beijo!!!
E vamos surfar qq hora !!!
Eder
Nossa, que experiência difícil essa também, hein? A pior sensação é a de não conseguir respirar e você ainda estava sentindo dor, que desespero!
Ainda bem que você manteve a calma, e ainda voltou oara surfar hahaha.
Mas deve ter sido um tranco forte, hein? Ainda mais para a costela ter saltado assim.
Com o corpo quente a gente não sente nada, né? Pior é depois hahaha. Mas que bom que não foi nada grave e você se recuperou bem.
Isso é história para contar! Rs
Obrigada pela dica! Eu troquei de leash recentemente por que estava com medo do antigo arriar rs, aí já troquei a cordinha junto, nem quero pensar se esses trecos arrebentam rsrs.
E obrigada pela visita por aqui no blog! 😁😁